A história do “DE COLORES”
D. Juan Hervás, na Introdução ao Manual de Dirigentes escreve: "Um canto popular de carácter profano intitulado DE COLORES , tornou-se famoso. Alguns quiseram dar-lhe o sentido de um rito, de um símbolo e até o de uma forma de expressão do estado de consciência; mas nunca foi nada disso. É simplesmente uma canção popular, que estava em voga nos primeiros dias dos Cursilhos, de letra muito simples, inocente e até ingénua, que foi utilizada, e se continua ainda a utilizar, como elemento de descompressão".
Um dos responsáveis dos primeiros Cursilhos de Cristandade, Guillermo Estarellas, refere numa entrevista publicada em 1954: "Havia que exteriorizar o entusiasmo transbordante ... Do arquivo das minhas recordações musicais saiu "de colores ", que mais tarde havia de converter-se em contrasenha da sã alegria que resulta da nossa amizade com o Senhor".
Mas a letra da canção popular não era exactamente aquela que hoje conhecemos. D. Jaime Capó conta que, sendo ele o Director Espiritual do 94 Cursilho, no Santuário de San Salvador de Felanitx, foi chamado pelo Bispo Mons. Hervás, que o advertiu de que num Cursilho com homens casados não estava certo falar em "chicas bonitas", e que se deveria substituir a expressão por "bravos amores".
Foi a primeira vez que se mudou a letra de uma canção. As referências à canção " de colores " aparecem em muitos relatos dos primeiros Cursilhos, nomeadamente na Revista "PROA".
Em Fevereiro de 1952 aparece pela primeira vez na mesma revista um título grande com estas palavras: "De Colores, em Salamanca", e a partir de Outubro de 1953, uma secção da revista com o título "De Colores" era dedicada a informações sobre o Movimento em outras Dioceses. O emprego das palavras "De Colores" como saudação de despedida é referido pela primeira vez numa carta vinda de Valência em Março de 1954, mas em Junho desse mesmo ano, por ocasião do Encerramento do 100º Cursilho de Maiorca, muitas são as cartas e telegramas que terminam despedindo-se com o "De Colores".
Vemos assim que o uso da frase é progressivo. Nos primeiros quatro anos parece que ninguém lhe deu importância, intensificando-se o seu uso fora de Maiorca: Salamanca, Valência, e duma forma especial nas Dioceses da Catalunha. É, contudo, na América Latina, de maneira muito generalizada, que a frase "De Colores" nos aparece quase como uma etiqueta de garantia.
Hoje, quando falamos em "De Colores" , referimo-nos às cores descritas por Paulo VI aos Cursilhistas da Ultreia Mundial: "Não é isso que vós pretendeis ao querer substituir na alma as trevas do pecado pelas CORES VIVAS DA GRAÇA, e ao querer implantar a transparência da fé luminosa onde antes havia dúvida, tormento, egoísmo? Seja o vosso Pós-Cursilho uma primavera de flores cristãs que alegrem a paisagem do mundo, e uma aurora de novas luzes que marquem o vosso caminho e o caminho dos homens que, talvez sem o saberem, também se dirigem para Deus".
De Colores - https://www.youtube.com/watch?v=48vNfKUHWRw
(publicado na revista A Caminho Nº 26 – Fevereiro de 1997)